Nullius: Revista de pensamiento crítico en el ámbito del Derecho

e-ISSN 2737-6125
Joana Stelzer & Lucilaine Ignacio da Silva
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importância e a força do movimento indígena, como marco fundamental de superação
da barbárie, [...] (BRITO, 2013, p. 93).
A América Latina foi historicamente negada e a libertação do seu ‘Outro’ em
relação ao ocidente ainda se faz presente quando se percebe que o mesmo, o igual, o
idêntico
e

o eu,

não

são

percebidos

e

reconhecidos

no cotidiano, através

de

ações

de
inclusão.
A

alteridade

que

se

pratica

na atualidade

não

é totalizante

o

suficiente para
promover
e

muito

menos

liquidar

um

processo

de

decolonização

do

Outro,

sequer
minimiza as diferenças, porque diferenças devem ser superadas e não minimizadas. Como
expõe
Lazarte

(2001,

p.

88),

“[...]

A

realidade

é

sempre

algo

mais

do

que

os

nossos
conceitos são capazes de representar.”
Os Outros para o ocidente, pode significar o Não Ser vivido pelas demais nações
que de uma maneira ou de outra não acompanha o desenvolvimento global, não supera a
privação dos direitos sociais e trabalhistas, vive o desemprego e não cura a sua fome
crônica, que promove o analfabetismo e a desinformação propositada e ainda contribui
para a opressão política e a crescente alienação que nega direitos básicos de sobrevivência
e de dignidade humana. Diante da ausência de dignidade e de Direitos que o ser humano
é exposto, o acesso ao trabalho digno e em condições dignas é ainda a essência para a
modificação dessa realidade, é a principal fonte de emancipação social.
Jovens
e

antigos

empregados

universitários

são

assolados

pelo

desemprego
diante
da

informalização

das

Relações

de

Trabalho.

Exclusão

e

exploração

resume

o
quadro da grande maioria da classe trabalhadora que requer o reconhecimento do e pelo
trabalho como forma de sua inclusão social.
A história revela que a América Latina ocupa lugar de subalternidade desde os
tempos pré-coloniais e que se alastra nos mais diversos âmbitos sociais. A identidade do
povo latino-americano cedeu lugar a identidades configuradas nas relações de dominação,
ou
seja,

configuradas

na

hierarquização,

sobretudo,

a

racial.

A

modernidade

foi
apresentada ao povo latino-americano segundo concepções e valores do europeu que não
obstante, se apossou e transformou os valores de um povo que não estava habituado a um
sistema de violência, opressão e escravidão.
Sob o pretexto da libertação da fé, o europeu colonizou a periferia e passou a
universalizar suas concepções, sendo o trabalho seu principal instrumento. Nesse aspecto,
Domingues (2005, p. 11) acentua que “A razão humana foi valorizada em detrimento da