Nullius: Revista de pensamiento crítico en el ámbito del Derecho
e-ISSN 2737-6125
Publicación semestral. Edición continua. Año 2021, Vol. 2, No 1. pp. 63-83. (enero-junio, 2021).
Por outras degradações, se faz oportuno apontar as forças políticas e econômicas
que afetam de forma singular o trabalho, provocando apreensão no lugar de entusiasmo
quando difunde o desemprego, igualmente gerando consequências alarmantes para essa
geração e para as gerações futuras. O trabalho, em si, possui natureza coletiva e é nessa
coletividade que se torna possível o nivelamento dos indivíduos como se fossem um só,
com
caráter

de

uniformidade,

igualdade

e

dignidade.

Não

se

trata

de

aspirar
messianicamente,
como

diria

Morin

(apud

DIAS,

2009,

p.

29),

“[…]

mas

desejar
humanamente um mundo melhor.”
O
princípio

de

Bem

Viver

é

um

saber

andino

mas

que

deve

aspirar
universalidade
à

medida

que

estabelece,

por

intermédio

do

vínculo

comunitário,

a
relacionalidade
com

todas

as

formas

de

vida.

Além

disso,

anuncia

o

caminho

para

a
ruptura do paradoxo da escassez e do excesso que assombra a sociedade, pois um de seus
eixos prevê a transformação do sistema econômico num sistema social e solidário. O Bem
Viver defende a qualidade de vida, num sentido que transcende a dimensão do material,
do individual e do antropocêntrico, em favor do comunitário e do ecocêntrico. Com isso,
percebe-se o Bem Viver não como exclusiva previsão constitucional, mas como postulado
universalizante que aplicado ao Direito Trabalho pode e deve enriquecer o significado do
que
se

entende

por

Trabalho

Decente,

inclusive

em

esferas

internacionais

como

a
Organização Internacional do Trabalho.
CONCLUSÃO
Diante das dificuldades difundidas pelo fenômeno da globalização nas Relações
de
Trabalho,

que

se

intensificam

cada

vez

mais,

algumas

teorias

antes

ignoradas
cientificamente,
seja
por
apresentarem
um
viés
espiritualizado,
humanizado,
ancestralizado ou, ainda, pautado na cosmovisão indígena como é o
Bem Viver,

vem
obtendo maior apreciação nos estudos científicos.
A
experiência

e

a

vivência

dos

valores

na

vida

dos

seres

humanos

são
manifestadas
na

vida

emocional

do

indivíduo

que

fundamenta

o

conhecimento
apriorístico
dos

valores.

Portanto,

o

valor

é

teorizado

pelas

emoções

e

a

experiência
constitui a fonte de geração do valor, de modo que os fundamentos comuns do Bem Viver
e do Trabalho Decente se inserem nesse contexto.