Nullius: Revista de pensamiento crítico en el ámbito del Derecho
e-ISSN 2737-6125
Joana Stelzer & Lucilaine Ignacio da Silva
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trabalho global apresenta-se cada vez mais decadente, com a dura realidade da crescente
exclusão social e da servidão operária.
A força de trabalho, para os europeus, sempre esteve associada ao trabalho não
pago
consequência indignos do pagamento de salário. Quijano (2014), em seus estudos sobre
a colonialidade, demonstra essa prática constitutivamente colonial. Segato (2014, p. 48),
na mesma linha de pensamento, confirma que a razão para o controle eurocêntrico do
sistema
trabalho.
chancela
hierarquização colonial, controlando o trabalho por um sistema de racialização. James
Anaya (2009) lembra que:
Embora os espanhóis considerassem a encomienda como uma forma de servidão que
não dava propriedade real aos colonos castelhanos sobre os trabalhadores, na prática a
diferença
encomienda, a escravidão era uma prática aceita e os povos indígenas estavam sujeitos
a ataques inesperados em territórios ainda não colonizados e levados para trabalhar em
assentamentos hispânicos. A pressão dos colonizadores sobre os povos indígenas para
obter escravos aumentou quando as populações indígenas começaram a ser dizimadas
pelo efeito de condições de trabalho extremamente severas.
O reconhecimento do Outro restringia-se ao processo de assimilação dos padrões
europeus, dentro da ideia colonialista na qual o humano não se aplicava ao nativo, a o
mestiço e ao negro. Os costumes, as religiões, as cosmovisões do Outro ameríndio eram
subalternizadas. A negação do Outro, construída pelo colonialismo, exclui e marginaliza
os povos latino-americanos da sua própria história.
Num
europeu registrou sua marca hostil nas sociedades que passaram a ser consideradas, por
séculos, insuficientes, desacreditadas e incapacitadas para retomar suas atividades, seu
trabalho, enfim, dirigir suas vidas. Brito (2013, p. 93) confirma essa reflexão ao dizer que
“[...] A barbárie é um conceito jurídico de negação da humanidade do Outro. Construída
pelo colonialismo a partir da Modernidade, a barbárie exclui e marginaliza todos os povos
indígenas, negros e mestiços da América Latina.”
É
trabalho não é a única questão a ser superada, há algo maior, como a defesa da vida do