Nullius: Revista de pensamiento crítico en el ámbito del Derecho
e-ISSN 2737-6125
Publicación semestral. Edición continua. Año 2021, Vol. 2, No 1. pp. 63-83. (enero-junio, 2021).
religião.
[...],

os

sujeitos

sociais

passaram

a

se

entender

e

a

conduzir

sua

vida

como
indivíduos (e não mais como membros de linhagens, de famílias ou clãs).” Percebe-se,
portanto,
que

a

modernidade

é

antagônica

e

manifesta-se

diferentemente

nas

mais
diversas
áreas

do

globo.

As

relações

sociais

do

mundo

moderno

transformam-se

sob
teorias
universalizantes

que

ignoram

a

diversidade

cultural

e

local

de

cada

povo,
possibilitando
a

distinção

dos

reconhecidamente

humanos

daqueles

descartados

de

tal
condição.
Dentre várias abordagens proporcionadas pelo processo da globalização, sob o
aspecto econômico é possível analisar diferentes conjecturas e, especificamente no que
tange ao trabalho, parece haver uma tendência de disciplinarização, ou seja, de seguir os
ditames ocidentais tal qual se fazia em tempos de colonização. Quer-se dizer com isso,
que o discurso se mantém igual, no qual as nações desenvolvidas continuam a ditar os
caminhos a serem seguidos enquanto as nações periféricas obedecem.
A história revela que a atividade laboral sempre esteve relacionada à atividade
de servos e escravos e, das transições de uma era a outra, coexistem velhas e novas formas
de trabalho que perpetuam a dominação. reforça:
[...] a mesma lógica que incentiva a permanente inovação no campo da tecnologia e dos
novos
produtos

financeiros,

atinge

a

força

de

trabalho

de

forma

impiedosa,
transformando rapidamente os homens que trabalham em obsoletos e descartáveis, que
devem ser “superados” e substituídos por outros “novos” e “modernos”, isto é, flexíveis.
É o tempo de novos (des)empregados, de homens empregáveis no curto prazo, através
das (novas) e precárias formas de contrato. (DRUK, 2011, pp. 42-43)
A mercantilização das Relações de Trabalho interioriza a lógica do mercado e
transforma
os

Direitos

dos trabalhadores

em custos

que,

por consequência,

acarreta

o
desemprego e a busca por outras formas de trabalho que supram as necessidades mais
prementes do trabalhador. E, nesse processo, desencadeia-se a transformação do trabalho
em mercadoria. Nota-se que a moral moderna é diretamente influenciada pela inversão
de
valores.

Ela

carrega

consigo

uma

inversão

de

hierarquia

valorativa

que

insinua

a
subordinação dos valores vitais aos valores de utilidade, ou seja, o indivíduo vale pelo
que produz e, assim, o valor da vida subordina-se ao valor do útil. O trabalho, no sentido
de valor social implica considerar não somente as necessidades vitais, mas também as
necessidades culturais.
O Trabalho Decente norteado pela dignidade da pessoa humana entrelaça-se com
o
princípio

de

Bem

Viver,

que

na

sua

concepção

ancestral

prima

por

valores

de