Nullius: Revista de pensamiento crítico en el ámbito del Derecho
e-ISSN 2737-6125
Publicación semestral. Edición continua. Año 2021, Vol. 2, No 1. pp. 63-83. (enero-junio, 2021).
adequada é uma interculturalidade que inclui desmontar os ‘fundamentos que justificam
a superioridade de um sujeito ou cultura frente a outros sujeitos e culturas’ (no sentido
de Quintanilla), mas também que se expresse a partir da crítica e em função da libertação
(uma postura exemplificada entre outros por Estermann, 2009) (GUDYNAS, 2009, p.
11).
A
convencional e denuncia seus efeitos negativos, apresentando outras concordâncias, ou
seja, ele não adota uma postura que seja linear
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e tão pouco única da historicidade. O
Bem Viver postula formas diversas para uma continuidade relacional com o ambiente e
não se poupa nas relações sociais, tão pouco reduz todas as coisas a bens ou serviços
mercantilizáveis.
O
independente
convivem outras espiritualidades e sensibilidades (GUDYNAS, 2011).
[...] o Bem-Viver tem outra forma de conceber e atribuir valores.
intrínsecos no não-humano é um dos elementos mais importantes que diferencia esta
postura
redefinidas, ampliadas ao não-humano e se criam concepções alternativas da Natureza.
A
abandono das racionalidades que procuram a manipulação e a dominação (GUDYNAS,
2011, p. 19).
Na
natureza como insumos para a produção de mercadorias de rápido consumo e de descarte,
o conceito de Bem Viver inspira a repensar valores e práticas da cultura contemporânea.
Desse modo, Acosta (2016) ensina que o caminho para construir o Bem Viver não é feito
a
indígenas e afrodescendentes, ou, ainda, favorecendo espaços especiais como educação
bilíngue apenas para os indígenas. ; mas, pelo contrário, deve ser aplicada a todo sistema
educativo.
nacionalidades indígenas, e promover o amplo debate para que seja possível transitar a
um outro tipo de Estado, que não esteja conectado às condições eurocêntricas, “[...] há
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Sobre desenvolvimento baseado numa
linear ascendente da história e da
cumulativa que conduz os seres humanos a migrar da periferia para as cidades em busca de progresso na
perspectiva de “viver melhor”, o que causa grande superpopulação e um crescimento acelerado de áreas
periurbanas ou periféricas, gerando deterioração da saúde, problemas
trabalho; aumento do desemprego, pobreza e marginalidade motivada pela desigualdade socioeconômica
e discriminação racial.